3 B - Programa televisivo usa o mesmo método usado
na história do livro 1984, de George Orwell,
com câmeras usadas para controlar as pessoas
em suas residências).
O programa, de péssimo gosto,
mostra que nada é mais interessante às pessoas
do que bisbilhotar a vida alheia.
O que houve nos últimos "programas":
Blá, blá, blá... e o programa se aproveita da baixaria para ser divulgado. Não deveriam expulsar o rapaz nem a moçoila. Deveria ser expulso da TV esse tipo de programa, embora boa parte dos brasileiros o acompanhe com muita admiração.
RESUMO DO LIVRO “1984”, de George Orwell
História em que todos são vigiados pelo Grande Irmão, o Big Brother
por meio de câmeras de TV
Disfarçada de democracia, a Oceania vive um totalitarismo desde que o IngSoc (o Partido) chegou ao
poder sob a batuta do onipresente Grande Irmão (Big Brother).
Narrado na terceira pessoa, o livro conta a história de Winston Smith, membro
do partido externo, funcionário do Ministério da Verdade. A função de Winston é reescrever e alterar dados de acordo com o interesse do Partido (parece que CristinaKirchner anda meio inspirada nesse livro) . Nada muito diferente de um jornalista ou um historiador. Winston questiona a opressão que o Partido exercia nos cidadãos. Se alguém pensasse diferente, cometia crimidéia (crime de idéia em novilíngua) e fatalmente seria capturado pela Polícia do Pensamento e era vaporizado. Desaparecia (Isso lembra o caso de LI., que de inimigo de Collor Sarney, se torna seus grande amigo).
Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, o livro
não se resume a apenas criticar o stalinismo e o nazismo, mas toda a nivelação
da sociedade, a redução do indivíduo em peça para servir ao estado ou ao mercado
através do controle total, incluindo o pensamento e a redução do idioma.
Winstom Smith representa o cidadão-comum vigiado pelas teletelas e pelas
diretrizes do Partido. Orwell escolhera este nome na soma da 'homenagem' ao
primeiro-ministro Winston Churchill com o uso do sobrenome mais comum na
Inglaterra. A obra-prima foi escrita no ano de 1948 e seu titúlo invertido para
1984 por pressão dos editores. A intenção de Orwell era descrever um futuro
baseado nos absurdos do presente.
Winston Smith e todos os cidadãos sabiam que qualquer atitude suspeita poderia
significar seu fim. E não apenas sair de um programa de tv com o bolso cheio de
dinheiro, mas desaparecer de fato. Os vizinhos e os próprios filhos eram
incentivados a denunciar à Polícia do Pensamento quem cometesse crimidéia. Fato
comum nos regimes totalitários.
Algo estava errado, Winston não sabia como mas sentia e precisava extravassar.
Com quem seria seguro comentar sobre suas angústias? Não tendo respostas
satisfatórias, Winston compra clandestinamente um bloco e um lápis (artigos de
venda proibida adquiridos num antiquário).
Para verbalizar seus sentimentos, Winston atualiza seu diário usando o canto
"cego" do apartamento. Desta forma ele não recebia comentários nem
era focalizado pela teletela de seu apartamento. Um membro do Partido (mesmo
que externo como Winston) tinha de ter um teletela em casa, nem que fosse
antiga. A primeira frase que Winston escreve é justificavel e atual: Abaixo o
Big Brother!
A vida de repressão e medo nem sempre fora assim na Oceania. Antes da Terceira
Guerra e do Partido chegar ao poder, Winston desfrutava uma vida normal com os
seus pais.
Mesmo Winston tinha dificuldades para lembrar das recordações do passado e da
vida pré-revolucionária. Os esforços da propaganda do Partido com números e
duplipensamento tornavam a tarefa quase impossível já que o futuro, presente e
passado eram controlados pelo Partido.
O próprio ofício de Winston era transformar a realidade. No Miniver (Ministério
da Verdade), ele alterava dados e jogava os originais no incinerador (Buraco da
Memória) de tudo que pudesse contradizer as verdades do Partido. A função de
Winston é uma crítica à fabricação da verdade pela mídia e da ascenção e queda
de ídolos de acordo com alguns interesses.
O Partido informa: a ração de chocolate semanal aumenta para 20g para cada
cidadão. O trabalho de Winston consistia em coletar todos os dados antigos em
que descreviam que a ração antiga era de 30g e substitui-los pela versão
oficial. A população agradece ao Grande Irmão pelo aumento devido aos
propósitos midiáticos do poder. Winston entendia que adulterava a verdade, por
muito tempo ele encobria a verdade para si, mas, aos poucos, ele começava a
questionar calado e solitariamente. O medo de comentar algo era um dos trunfos
do Partido para o controle total da população. Winston tinha esperança na
prole. Na sua ingênua visão, que confunde-se com a biografia de Orwell em sua
visão durante a guerra civil espanhola, a prole é a única que pode mudar o
status quo.
Winston lembra dos "Dois minutos de ódio", parte do dia em que todos
os membros do partido se reunem para ver propaganda enaltecendo as conquistas
do Grande Irmão e, principalmente, direcionar o ódio contido contra os inimigos
(toteísmo usado amplamente pelo ser humano: odeie o seu inimigo e se
identifique com o seu semelhante). Durante este ato, Winston repara num membro
do Partido Interno, seu nome é O'Brien. Winston separou-se devido à devoção de
sua esposa ao Partido. Ela seguia a determinação que o sexo deveria ser apenas
para procriação de novos cidadãos. O sexo como prazer era crime. Ao ver uma
bela mulher, lembrou-se da última vez que fizera sexo. Havia três anos e com
uma prostituta repugnante. Boicotar o sexo, como pretendem os atuais donos-do-mundo
é uma das forças-motrizes para dominar a mente. Winston anotava tudo o que se
passava pela sua cabeça. Um exercício proibido mas necessário. Anotar e lembrar
pode ser muito perigoso. O caso mais escandaloso que revoltava Winston era o de
Jones, Aaronson and Rutherford, os últimos três sobreviventes da Revolução.
Presos em 1965, confessaram assasinatos e sabotagens em seus julgamentos. Foram
perdoados, mas logo após foram presos e executados. Após um breve periodo
Winston os viu no Café Castanheira (Local mal-visto pelos cidadãos que não
queriam cometer crimidéia). No ano do julgamento Winston refez uma matéria
sobre os três 'traidores'. Recebeu através do tubo de transporte que eles
estavam na Lestásia naqueles dias, mas ele sabia que eles confessaram estar na
Eurásia (naquela época a Eurásia era a inimiga, mas num piscar de olhos, a
Lestásia deixava de ser a aliada e passava a ser a inimiga).
Esta é uma crítica às alianças políticas, principalmente ao pacto de Hitler e
Stalin. Os nazistas chegaram ao poder financiados também por setores dos EUA
para combater o avanço do comunismo. Durante a vigoração do pacto, a aliança
entre Moscou e Berlim sempre existiu para a população dos dois países. Eles não
eram amigos, eles sempre foram amigos! No ano seguinte, rumo ao 'espaço vital
alemão', os russos sempre foram os inimigos. Sempre tinham sido. Bastante atual
se compararmos o apoio logístico e bélico dado aos estaduinedenses a Saddam
Hussein e Osama bin Laden para combater o comunismo. Agora, eles são os inimigos
eternos.
A mentira do Partido era a prova que Winston procurava para si. Havia algo
podre na Oceania. Winston, que era curioso mas não era burro, joga o papel que
podia incriminá-lo no buraco da memória. Revoltado, escreve no seu diário que
liberdade é poder escrever que dois mais dois são quatro. As fábricas russas
ainda contém placas com o lema: dois mais dois são cinco se o partido quiser.
Não era bem-visto que membros do Partido freqüentassem o bairro proletário.
Winston estivera havia poucos dias no mesmo local para comprar seu diário.
Depois de um costumaz bombardeio, Winston entrevista pessoas sobre como era a
vida antes da guerra, mas os idosos não lembram mais, apenas futilidades e
coisas pessoais. Ao voltar ao antiquário o propietário tem uma surpresa para o
curioso por antiquidades. Winston esperava ver algum objeto anterior ao
Partido, mas o que o sr. Carrrington lhe mostra é um quarto com arrumação e
mobílias antigas. Sem teletelas.
Winston, ao sair do antiquário, vê uma mulher e desconfia que ela seja uma
espiã da Polícia do Pensamento. No dia seguinte, a encontra no Ministério da
Verdade, o que aumenta o seu temor em ser denunciado. Ao passar por Winston,
ela simula uma dor para desviar a atenção das teletelas, e lhe passar um
bilhete escrito: "Eu te amo".As normas do Partido deixavam claro que membros do Partido, principalmente dos
sexos opostos, não deveriam se comunicar a não ser a respeito de trabalho.
Passaram-se semanas em conversas fragmentadas até conseguirem marcar um
encontro num lugar secreto longe dos microfones escondidos. Winston só descobre
seu nome após beijá-la. Júlia confessa que ficou atraída por Winston pelo seu
rosto que parecia ir contra o partido. Estava na cara que Winston era perigoso
à ordem e ao progresso.
Winston se surpreende ao saber que Júlia se 'apaixonava' com facilidade. O
desejo dela era corromper o estado por dentro, literalmente. Para continuar seu
romance com Júlia, Winston têm a idéia de alugar aquele quarto do antiquário.
Winston ficou impressionado e passou a acreditar que Júlia seria uma ótima
companheira de guerra. Por enquanto, era a pessoa que Winston podia
compartilhar seus sentimentos e secreções. Apaixonado, ele recupera peso e
saúde. Enquanto isso, o partido organizava a "A Semana do Ódio"
(paródia dos mega-eventos políticos, principalmente as Reuniões de Nuremberg
promovidas pelo partido Nazista e das paradas militares comunistas) e algumas
pessoas desapareciam. Syme, filologista que dedicava-se a finalizar a
décima-primeira edição do Dicionário de Novilíngua, tornou-se impessoa. Seu
nome não estava mais nos quadros. Nunca esteve.
Certo dia, O'Brien, um membro do Partido Interno, percebe também que Winston
era diferente dos outros. O'Brien o convida, para despistar as teletelas, a ir
ao seu apartamento ver a nova edição do dicionário de novilíngua. O convite de
O'Brien era incomum e fez Winston se animar com a possibilidade de uma
insurreição. Ele passa a crer que a Fraternidade não era apenas peça de propaganda,
a organização anti-Grande Irmão responsável por todos os danos causados na
Oceania tal qual Bola-de-Neve em a "Revolucão dos Bichos".
Winston leva Júlia ao encontro. Para espanto do casal, O'Brien desliga a
teletela de seu luxuoso apartamento. Alguns integrantes do partido Interno
tinham permissão para se desconectar de suas 'bandas-largas' por alguns
instantes. Winston confessa seu desejo de conspirar contra o Partido, pois
acreditava na existência da Fraternidade e para tal suas esperanças estavam
depositadas em O'Brien. Os planos eram regados a vinho digno, artigo inviável
para os integrantes do Partido Externo, e o brinde destinado ao líder da
Fraternidade, Emanuel Goldstein. Dias depois, Winston recebe a obra política de
Goldstein em seu cubículo.
Winston "devora" o livro enquanto Júlia não demonstra o mesmo
interesse. Winston ainda acredita nas proles mesmo ao ver uma mulher cantando
uma música pré-fabricada em máquinas de fazer versos. Nada muito distante da
música atual. "Nós somos os mortos" filosofa Winston ao contemplar a
vida simples da prole. A ignorância dos menos abastados não era perigo para o
Partido e, portanto, não sofria tanta repressão quanto os membros, superiores e
inferiores do Partido, a classe-média. "Nós somos os mortos" repete
uma voz metálica. Sim, era uma teletela escondida atrás de um quadro. Guardas
irrompem o quarto e Winston vai para uma cela, provavelmente, no Ministério do
Amor.
Até as celas tinham teletelas que vigiavam cada passo de um Winston doente e
faminto. Os prisioneiros têm a fisionomia dos do campo de concentração. Ao
encontrar O'Brien, Winston que pensara que ele também fora capturado, escuta a
frase mais enigmática do livro: "Eles me pegaram há muito tempo".
Winston vai para uma sala e O'Brien torna-se o seu torturador. O'Brien explica
o conceito do duplipensar, o funcionamento do Partido e questiona Winston das
frases de seu diário sobre liberdade. O'Brien não esquece o que o Winston
escreveu. A liberdade é o tema para que O'Brien explique durante a tortura o
controle da realidade. Se fosse necessário deveriam haver quantos dedos em sua
mão estendida o partido quisesse. A verdade pertence ao Partido já que este
controla a memória das pessoas. Winston, torturado e drogado começa a aceitar o
mundo de O'Brien e passa ao estágio seguinte de adaptação que consiste em:
aprender, entender e aceitar Winston sabia que já estava se adaptando e
confessando que a Eurásia era inimiga e que nunca tinha visto a foto dos
revolucionários. Mas ainda faltava a reintegração e este ritual de passagem só
poderia ser concluído no Quarto 101. Segundo O'Brien, o pior lugar do mundo.
O Quarto 101 é um inferno personalizado. Como Winston tem pavor de roedores, os
torturadores colocaram uma máscara em seu rosto com uma abertura para uma
gaiola cheia de ratos famintos separada apenas por uma portinhola. A única
forma de escapar era renegar o perigo maior ao Partido, o amor a outra pessoa
acima do Grande Irmão. "Pare. Faça isso com a Júlia." Grita Winston.
Winston, libertado, termina seus dias tomando Gim Vitória e jogando sozinho
xadrez no Castanheira Café. Ao fundo, seu rosto aparece na teletela confessando
vários crimes. Ele foi solto e teve sua posição rebaixada para um trabalho
ordinário num sub-comitê. Trajetória de milhares de pessoas de regimes
totalitários, como o tcheco Thomaz de "A Insustentável Leveza do Ser"
de Milan Kundera, o caso do médico que vira pintor de paredes ao renegar as
ordens do partido não é muito diferente daqueles que não se adaptam em suas profissões
no mundo livre S/A.
Júlia escapa também do Quarto 101. O Partido os separou e os dois só voltaram a
se encotrar ocasionalmente. Já não eram mais as mesmas pessoas. Tinham
"crescido" e se traído. Wisnton, no Café Castanheira, sorri. Está
completamente adaptado ao mundo. Finalmente ele ama o Grande Irmão.