Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


sábado, 29 de janeiro de 2011

Lula - homenagem na UNIVERSSIDADI FEDERAU



"Faz 28 dias
 que eu não faço discurso
Então, preparem-se
porque a noite será longa."
U
Palavras de LI
na Universidade FELDERAL de Viçosa


Enfim, LI conseguiu se pendurar num microfone depois de ser obrigado a sair da presidência da república, ao receber o título de doutor honoris causa na Universidade FEDERAL de Viçosa (UFV-MG).  Segundo LI, a homenagem lhe foi prestada devido às "grandes conquistas" alcançadas no seu governo... na área da educação. Como a solenidade ocorreu numa Universidade que pertence ao governo FEDERAL, a atual presidente da republica o acompanhou.
*
No discurso, seu palavrório se limitou ao de sempre: exaltação a si mesmo e crítica aos outros. Naturalmente ele poderia criticar coisas mais próximas, mais atuais, como o excesso de faltas de Collor às seções do Senado, por exemplo, mas preferiu se reportar a um passado bem distante e criticar seus antecessores, após oito anos na presidência.
*
Ao chegar ao ponto que chegou o esculacho nacional, até mesmo as universidades perderam a noção do que deveria ser um presidente da república.  Mais uma vez, ao invés de ser recebido como um ex-presidente, LI foi recebido como um pop star.

As homenagens ao pop-star continuam hoje no interior mineiro. Reportagem sobre o assunto:...http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-e-homenageado-em-universidade-e-critica-acao-de-antecessores-na-educacao,672496,0.htm





sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Terroristas escolheram; judeus foram escolhidos

“Lembrar as vítimas de Auschwitz
é lembrar todos os perseguidos por ditaduras”.
*Palavras de Dilma Rousseff
que iniste em relembrar seu passado,
que ela mesma escolheu,
e, ao contrário de milhares de judeus,
continua viva e é hoje a presidente do Brasil.




Enquanto fez seu  discurso de uns 20 minutos mais ou menos,  Dilma Rousseff se baseou  em comparações entre   ditaduras e o extermínio dos judeus durante o Holocausto.   Em seguida, o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg, ao concordar, soltou um  “A senhora sabe melhor que todos o que significa ser torturada e ter os seus direitos de expressão subtraídos".  



Tortura e perda dos direitos de expressão ?  Parece que o presidente da Confederação Israelita do Brasil,  tanto quanto Dilma,  tenta  convencer os desavisados de que o Holocausto se limitou a muito pouco.   



Embora o sofrimento seja inegável nos dois casos, são coisas bem distintas. Dilma, Ziraldo, Gabeira, Carlos Minc e outros escolheram o terrorismo-guerrilha no Brasil. “Enfeitaram” sua juventude com a tentativa de substituir a ditadura militar pela ditadura socialista, como afirmou um de seus comparsas na entrevista à Revista Piauí em 2008.  Mas, enquanto tortura é tortura,  ditadura é ditadura.



Tais comparações  evidenciam a  principal  diferença  entre a ditadura militar e o holocausto.    Dilma e os outros, que estão se fartando com os louro$ de seu atrevimento juvenil,  ESCOLHERAM a vida de terroristas-guerrilheiros.   Os judeus foram escolhidos.






quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Domingo 'pé de cachimbo'



Historinha da manifestação de domingo passado, versinho, fotos, passeata arco-íris,  vídeos.  Tudo bem coloridinho, na tentativa de agradar os cariocas para quem brincadeira é coisa séria.  E não deixam de ir com seus filhinhos  às passeatas gay que são chamadas, carinhosamente, de parada arco-íris.  


Vamos pegar a cerveja,  colocar um samba no fundo e desligar ar condicionado ou ventilador para suar bastante.  Afinal no Rio de Janeiro o que importa é samba, suor e cerveja, como dizia Caetano Veloso.


Vamos lá minha geeeeente !
Tum-tum, tchica bum,
bumbum

  • Versinho

Versão correta do 'versinho'
Hoje é domingo,
pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro
e não bate no touro.
O touro é de barro
e vale um escarro.
Bate na gente,
a gente é tão fraco
e cai no buraco


  • História narrada por uma atuante desanimada

"Tal qual ocorreu em Sampa 2008, apesar de uma mobilização intensa, de norte a sul do país, disseram que haveria cobertura de TVs, jornais, Trio elétrico, colocação de cruzes na praia, etc, fiquei até feliz por não ter chegado a tempo.

A concentração estava marcada para as 10 horas no Jardim de Alah (depois fiquei sabendo que era na praia, na altura do Jardim de Alah).

Cheguei por volta de 11:30 , rodei o local umas 3 vezes, quando consegui avistar umas 2 faixas num monte de areia próximo à calçada, ilegíveis porque dobradas, acredito que pela ação do vento.

Retornei para casa. Fui direto ao FB  (Facebook)  para ver se encontrava alguma notícia. NADA. Por volta de 1 da madrugada, perguntei a L. se ela conseguira saber algo. Mandou-me uma foto do Vereza com mais umas 3 pessoas conversando.  (alô cariocas, Vereza é ator ou ex-ator de novela da globo - viram só o que perderam?)

Hoje, no Revoltados on Line, veio o vídeo, também disponível no FB, e fotos no álbum, do qual salvei algumas  para registrar o "sucesso".

No evento em São Paulo, aquele exíguo nº de participantes era o quíntuplo do que compareceu no Rio!

Tinha mais faixas do que pessoas para segurá-las. Televisão? Jornais? Articulistas? Revoltados?  É para qualquer um desanimar.  O pior é que tem um bocado de gente se afastando...  

Estranho não foi apenas o número tão pequeno de participantes, pior  foi o descaso de quem passava e não tinha sequer a curiosidade de saber do que se tratava.


  • Vídeo 1 -  Desrespeito dos cariocas por si mesmos na orla da praia  *


  • Vídeo 2 - Agora vem o vídeo com Carlos Vereza (ator de novela - um desperdício para quem não foi à manifestação). Mas calma, por favor, pois o vídeo abaixo não tem estilo romântico nem ele fala de amor, mas peço que ouçam assim mesmo.


  • Fotos bem coloridas com alguns comentários 

 A segurança do governador Sérgio Cabral tentou enquadrar alguns manifestantes na passeata de domingo.   Sérgio Cabral,  que vai muito a  Paris,  já participou, junto com o prefeito  Eduardo Paes de paradas gay.   A Prefeitura do Rio de Janeiro - A NOSSA  prefeitura -   prometeu aumentar recursos para a brincadeira gay que será realizada em 2010.




Ensine seus filhos a não serem preconceituosos:
 não deixe de levá-los às paradas gay


Ensine seus filhos a serem pasmos: 
dê o exemplo e jamais compareça a uma manifestação  política


O grupo Revoltados on-line estão no
 Facebooke no Twitter




Galeria virtual - afinal, nós merecemos um intervalo


Henrique Neiva - amigo internauta -  é  pintor, artista plástico, autodidata e decorador.  Em seu site foi criada uma exposição virtual com  fotos de algumas de suas obras expostas em 2009 na Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa em Belo Horizonte- Minas Gerais-Brasil.






É nossa change de conhecer não apenas um de nossos amigos virtuais, mas também o seu trabalho...

Além de dar um intervalo 
na política horrorosa nacional
porque ninguém é de ferro. 


Um abração,  Henrique




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Demitido o defensor dos traficantes tamanho P



***


 
Dilma demitiu Pedro Abramovay (Conselho Nacional de Justiça), por não ter gostado do que ele disse numa entrevista.  Defensor do fim da prisão de pequenos traficantes, ele teria informado que o governo enviaria ao Congresso um projeto para reduzir as penas de uns 70 mil traficantes.   Para ele talvez um número irrisório.


Tenha  mentido ou não quanto à existência de tal projeto, o fato é que traficante é traficante e todos merecem ser punidos  por estarem agindo fora da lei,  uma coisa que daqui a pouco será considerada uma forma de   'cercear a liberdade'  dos sofredores que se tornaram meliantes devido às dificuldades sociais.  

Todo traficante -  seja tamanho P, M, G ou GG - comete o crime imperdoável de se aproveitar da fragilidade de pessoas dependentes.  Porém  não  é o único culpado pela venda ilegal, pois  não existiriam caso não houvesse  tanto os viciados  quanto a proibição  à venda  de  drogas. 

Aí entra um assunto bastante complicado: a descriminização das drogas, que já teve alguns comentários há um tempo atrás na página  "Vale a pena liberar a venda do uso de drogas ? "http://puteiro-nacional.blogspot.com/2009/05/vale-pena-liberar-o-uso-da-maconha.html

Antes dos comentários abaixo, vale lembrar que a atual presidente afirmou ser favorável à descriminização das drogas. Está em um vídeo no  you-tube .  


Os comentários  
Carlos Caldas disse... Sexta-feira, 08 Maio, Não concordo com a liberalização das drogas ilícitas e ainda penso que as lícitas devem se tornar ilícitas também e deixar de dar lucro aos governos hipócritas.



antonio machado disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
O viciado deve ter o mesmo tratamento do traficante,pois ninguém vende nada se não houver comprador.Se o viciado é doente os criminosos hediondos também são e nem por isso sua responsabilidade é deixada de ser cobrada.


Fernando disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
Sem a liberação da maconha a ociedade já é refém das drogas, eu fico imaginado quando liberarem. Na holanda já começaram a rever esse conceito de liberação, o país estava se tornando um ponto turístico de viciados.


Marcio Rocha disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
Se alguns já torcem o nariz com a terra sendo usada para plantio de cana de açúcar (com parte) destinada para fazer álcool combustível, imagine só se liberar o consumo. Haverão milhares de alqueires "dedicados" à erva maldita só para sustentar um bando de cabeças vazias. E esse governo não me engana - talvez seja exatamente isso que ele quer...


Alexander disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
Seria bom ver primeiro o que aconteceu na china quando o Opio foi liberado geral e a força pelos Ingleses. Os ingleses forçaram a barra para vender opio produzido no Afeganistão e comprar sedas chinesas. Criaram um exercito de zumbís e o caos geral.


Anônimo disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
Droga estou Fora!  Sou careta...  Não as Drogas
já imaginou o Lula doidão rárárá...Deve ser uma Droga.


Anônimo disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009

Eu não concordo com a liberação de nenhuma droga cujo consumo venha a afetar as faculdades mentais. Mesmo a maconha afeta o raciocínio e a acuidade mental. Tem de ser proibida. Que a polícia faça o seu trabalho de tirá-las da rua. Acho mesmo que até tranquilizantes, receitados por médicos, deveria ser um pouco reduzido. Qunto mais claramente as pessoas puderem pensar, mais depressa o mundo pode vir a sair desse caos onde se meteu.


Laguardia disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
Sou radicalmente contra a discriminalização do uso da maconha. Perdi um primo em consequencia do uso de drogas e sei qual é o sofrimento da família com isto.


SHEILOHKA disse... Sexta-feira, 08 Maio, 2009
A maconha é a porta de entrada para as drogas mais pesadas. Quem é adicto, vicia-se rapidamente e vai sentindo necessidade de dosagem cada vez maior, caindo nas drogas mais caras e mais pesadas.
Acho que o usuário deveria ser penalizado, sim, mas não com cadeia. Teria que se submeter a um processo de desintoxicação, paralelo ao tratamento psiquiátrico e psicológico. Os grupos de mútua ajuda são também fundamentais. Mas, lembrando sempre: qualquer tratamento só será bem sucedido se o paciente quiser, se ele realmente estiver a fim de se reabilitar. A doença da adicção não é como as outras que se pode tomar remédios e curar - é uma doença comportamental, o indivíduo tem que querer uma reformulação total e estar atento para qualquer sinal de recaída.
É UMA DOENÇA INCURÁVEL, CRUEL, QUE DESTRÓI MILHÕES DE FAMÍLIAS E DE DEPENDENTES. Não é fácil deixar as drogas, como não é fácil conviver com o drogadicto. Em minha opinião, é o maior mal que aflige a humanidade, pior até que a fome, porque muitos deixam de comer para comprar drogas.
PARA O TRAFICANTE NÃO PODE HAVER BENESSES - CRIME HEDIONDO, INAFIANÇÁVEL, PRISÃO PERPÉTUA (modificando o nosso Código Penal, que foi feito para amparar e beneficiar somente os bandidos - as vítimas, ora, AS VÍTIMAS QUE SE LASQUEM !)


Marcos Pontes disse... Domingo, 10 Maio, 2009
Schwazenegger, que é uma droga, consumiu muito anabolizante, apenas defende os amiguinhos. O mesmo acontece no Brasil, onde Soninha e Gabeira são bons exemplos de políticos defensores da legalização. Àlcool e tabaco são drogas legaise mesmo assim existe tráfico, contrabando e sonegação, por que imaginar que não aconteceria com a maconha? Melhorou a condição de vida dos usuários holandeses? Não, continuam a ralé social. os defensores estão viajando.


PoPa disse... Domingo, 10 Maio, 2009
Não há a menor condição de deixar de existir o tráfico. Pense bem: a droga seria taxada com altos impostos, criando uma concorrência com quem? traficantes! Eles teriam como colocar droga mais barata no mercado e continuariam existindo...


Dois em Cena disse... Domingo, 10 Maio, 2009
Por quê querem nos drogar? Por quê querem drogar os brasileiros?


Anônimo disse... Sexta-feira, 22 Maio, 2009
A maconha liberada é como o aborto liberado. Ninguém será obrigado a fazê-lo. É optativo. Pela liberação de todas as drogas.


Particularmente, sou a favor da liberação da venda de drogas, desde que se faça um planejamento decente, à procura do que ocorreu de errado nos outros lugares. O caso é que, liberadas ou não, os dependentes sabem onde comprar e têm acesso a elas. Sem contar que, para muitos - jovens principalmente - existe certa atração em desafiar o proibido . De resto, é uma questão de escolha, que morram de overdose.






Montagem com as charges






domingo, 23 de janeiro de 2011

Para quem gosta de angu... Lula deixou um prontinho


O ANGU DO LULA
- João Roberto Gullino -

O angu é um petisco que caiu no gosto popular, mas ele também azeda se demorar a ser consumido e aí fermenta e estouram pequenas bolhas. E assim está acontecendo com o extinto governo Lula, azedando e pipocando pequenas bolhas em seu angu, como já era de se esperar.

Retirou do PAC a prevenção contra calamidades (medida criminosa);   a obra decantada do PAC desmoronou no porto de Chibata em Manaus, em outubro, sem alardes da imprensa;  escondeu a inflação que agora explode;  deixou dívidas astronômicas, triplicando as que recebeu; não teve coragem e deixou a bomba Battisti, de efeito retardado, no colo de Dilma; prometeu recursos para as tragédias do RJ e só chegaram ao Estado cerca de 25% (apesar de toda bajulação de Sérgio Cabral); mais outra bomba de efeito imediato - a do ENEN (e onde está o campus UNIFESP Osasco, que virou depósito de lixo?) ; usou e abusou dos cartões corporativos aumentando os gastos em 24% em 2010 (será que Da. Marisa devolveu o dela?), além de outras bolhas que surgirão certamente muito em breve pelo pouco tempo decorrido.

Mas, para quem sonha com 2014, foi o mesmo que pisar na bola a sua ausência em prestar solidariedade (como sempre) aos que sucumbiram nas “fatalidades” da região serrana, como agora em SC e MG (ou será que agora ficou com medo da imprensa?).

Quando alguém tem a coragem de reconhecer sua responsabilidade, como o Secretário de Políticas do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Barreto de Castro, que declarou - “Falamos muito e não fizemos nada”, tudo está dito e esclarecido. Afinal, quem deixou pra quem uma “herança maldita”? Foram oito anos de pura propagando enganosa e o angu está aí para Dilma ver se salva alguma coisa. Mas o certo mesmo é que a população gosta de angu, mesmo azedo.
  
*

Concordo.  O brasileiro gosta de angu, mesmo azedo, ...  desde que "não tenha
dor de barriga e passe mal"



Charge original



Guilherme Fiúza / Nem todos estão na chuva


Ontem saiu ótimo artigo, transcrito abaixo, de Guilherme Fiúza - " A presidente na chuva", sobre a credibilidade do brasileiro. Porém tal credibilidade pode ser vista de várias formas, como otimismo, esperança, ingenuidade ou ignorância, dependendo do caso. Sem contar que é uma capacidade essencial a um povo acomodado como o nosso, pois no dia em que perder a credibilidade será obrigado a fazer alguma coisa. E é bem mais cômodo esperar que façam por nós.
*
*
Em um trecho, Guilherme Fiúza diz que "até os críticos de Luiz Inácio da Silva resolveram enxergar um novo tempo com a ascensão da 'presidenta' ". Aí se incluem os críticos à própria Dilma, como no meu caso. Portanto é uma carapuça que se encaixaria na minha cabeça como feita sob medida.

Mas o autor do texto esquece que há dois tipos de gente que se interessa, de fato, por política: os "atuantes", aqueles tendenciosos que se limitam a defender suas preferências políticas aos gritos, ao ponto de jurar que as piores tramóias são feitas pelo bem da Nação; e aqueles quem enxergam os erros sejam de que partido for, embora dentro de sua ótica.


Sendo assim, da mesma forma que a Dora (perdão por citá-la mais uma vez), também não baixei minha guarda que estaria de sentinela mesmo que o eleito fosse qualquer outro candidato. Mas não posso deixar de admitir, sem medo de parecer contraditória, que a nova presidente vem mostrando um comportamento de acordo com o cargo - o que não víamos há oito longos anos - e as atitudes que tem usado para  'enquadrar ' pessoal do seu governo.  Caso tudo isso não passe de um arranjo partidário, perfeitamente possível num país onde políticos venderiam a própria mãe (*), veremos depois.

(*) O trecho  "num país onde políticos
venderiam a própria mãe, é apenas
um simbolismo, afinal não sabemos
se o preço seria vantajoso.
  

A presidente na chuva
- Guilherme Fiúza -

"O brasileiro é, antes de tudo, um crédulo. Deem-lhe um pretexto para ter fé em alguma coisa, e ele se lambuza de esperança. Não poderia ser diferente com a sucessão presidencial. Até os críticos de Luiz Inácio da Silva resolveram enxergar um novo tempo com a ascensão da "presidenta".  É como se o país saltasse do último capítulo de Sílvio de Abreu para o primeiro de Gilberto Braga.  Hora de acreditar em outro enredo.

E eis que a grande vedete desse tal novo tempo é o silêncio de Dilma Rousseff. Mesmo os que se opunham ao truque eleitoral do PT, em que Luiz Inácio tirava sua coelha da cartola e lhe dava corda para governar, estão vendo mudança em tudo. Se Lula falava demais, o silêncio de Dilma significa austeridade e trabalho. O Brasil acordou em 2011 decidido a acreditar na "especialista em gerência". Assim é, se lhe parece. Somos 190 milhões de Gilbertos Bragas.


Na vida real, porém, continua valendo o velho ditado (ou a melhor versão dele): de onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Como se viu na campanha eleitoral, e antes dela, a especialista em gerência nem sempre conseguia completar um raciocínio. Tropeçava em números, se confundia com percentuais, torturava conceitos - incidentes não muito típicos de especialistas em gerência.


Para quem não esperava nada de Dilma Rousseff, ela correspondeu plenamente como presidente eleita. Sumiu de cena. Não deu uma palavra nem sobre a guerra nos morros do Rio. E, quando seu governo começou, a presidente continuou firme em seu exílio existencial. Nunca antes na história deste país um mandato presidencial começara assim, com cara de feriado.


Nenhuma medida importante, nenhuma reforma estrutural, nada além de tiradas como o "PAC da miséria", para entreter a imprensa. A julgar pelas manchetes, o futuro inaugurado por Dilma era um lugar onde o PT e o PMDB disputam o balcão estatal, enquanto a vida nacional faz figuração ao fundo. Aí vieram as chuvas.


A tragédia na Região Serrana do Rio veio atrapalhar o script dos novos tempos. A presidente não poderia mais ficar governando em off, regendo a partilha fisiológica do Estado detrás do seu silêncio mitológico. Dilma apareceu. Deu um pulo nas cidades devastadas e, antes de retornar ao exílio, falou aos brasileiros numa entrevista coletiva. Foram 40 minutos inesquecíveis.


A especialista em gerência rompeu seu silêncio para dizer que "o Rio vive um momento muito forte". O país já estava com saudades da precisão de suas mensagens. Mas ela não parou por aí. Declarou que a ocupação de áreas de risco no Brasil é regra, não exceção. Esta foi a afirmação destacada nas manchetes - para se ter uma ideia da densidade do discurso da presidente no meio da catástrofe.


Ao falar em moradias de risco, Dilma fez uma inflexão importante: "Agora vou defender o presidente Lula." De fato, em meio ao flagelo das enchentes, com suas centenas de mortos, feridos e desabrigados, era urgente defender o presidente Lula. A presidente passou então a elogiar as maravilhas do programa Minha Casa, Minha Vida, idealizado por seu padrinho, como uma espécie de pílula do dia seguinte para os desabamentos: "O Minha Casa, Minha Vida não investe em área de risco. Nós não incentivamos a população a construir em área de risco."


Uma informação providencial para uma situação de emergência. Se alguém confundiu esse discurso com comício populista, cumpre esclarecer ao mau entendedor: isso é pura sagacidade gerencial.


Dilma respondeu também sobre o problema da lentidão na liberação de verbas para as áreas devastadas. Explicou que nenhum gestor público está autorizado a não prestar contas de seus gastos. É realmente fundamental, numa hora dessas, a presidente da República informar que está proibido o desvio de verbas federais. Coisa de Primeiro Mundo.


Completando a ação implacável do novo governo, quatro ministros de Estado subiram ao palco da tragédia para falar ao país. Liderados pelo irrevogável Aloizio Mercadante, ministro de Ciência e Tecnologia, eles leram uma lista de boas intenções extraídas de um seminário meteorológico de um ano atrás. Segundo Mercadante, daqui a quatro anos um sistema nacional de prevenção de catástrofes estará pronto, irrevogavelmente.  E, daqui a dez anos, uns 20% dos que morreram agora não morrerão mais (*). Um papo solto, sem stress, para tranquilizar o pessoal da serra.


Com tanta eficiência, essa junta liderada por Mercadante poderia dar uma força ao ministro da Educação na tragédia do Enem - onde o número de vítimas também não para de crescer. Se não for possível, ao menos os estudantes desabrigados e os sem-universidade poderão se orgulhar de ser governados por uma especialista em gerência.

Ao resto dos brasileiros, especialmente depois do pronunciamento histórico da presidente durante a enxurrada, o melhor é continuar louvando o seu silêncio.


Na vida real, vale o ditado: de onde menos espera é que não vem nada mesmo.



Alteração da charge