Deveriam acabar com esses debates, colocar um fim a essas perguntas feitas de um candidato para outro, com réplica e tréplica.
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Para esses encontros de candidatos se tornarem algo aproveitável, o ideal seria trocar os debates por sabatinas. Perguntas a todos os candidatos, mas não apenas sobre suas intenções, até porque de boas intenções o inferno está cheio. As perguntas seriam feitas por jornalistas, cientistas políticos, eleitores de um modo geral (inclusive blogueiros). Aos candidatos caberia apenas o direito de responder. Além disso, compararecer à sabatina seria obrigação, pois quem não tem o que esconder... não tem medo. Como se fosse um vestibular.
O objetivo não seria cada um ter mais chance para ''vender o seu peixe''. Os candidatos estariam ali para esclarecer as dúvidas apresentadas sobre sua competência, seus deslizes, sua honestidade, casos em que já estiveram envolvidos, por em xeque todas as incoerências e contradições de sua existência na vida pública.
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E, no final, cada um deles assinaria o compromisso de cumprir grande porcentagem de suas ''promessas'', que chamaria de dever, sob pena de nunca mais se candidatar.
O problema é que nessa ''casa da mãe joana'', nesse puteiro nacional (que me perdoem os leitores pela abordagem tão realista), tudo é ôba-ôba. As TVs querem audiência, os candidatos se interessam em aparecer e angariar mais eleitores. E os eleitores... Depois do sucesso do socialista de oitenta aninhos, fazendo brincadeirinha no debate como se estivesse num programa humorístico, e sucesso junto ao público, só posso desistir de ver a política com a seriedade necessária.
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Começo a pensar que brasileiro gosta, mesmo, é de deboche.
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Como sou obrigada a aturar o desrespeito das caixa de som altíssimo de campanhas eleitorais, na próxima semana haverá uma faixa (encomendada com todo o carinho) pendurada na varanda (lamentavelmente, sem a imagem) com o recado:
POLÍTICO NÃO MERECE VOTO,
MERECE CADEIA